Nos versos de 1 ao 6 Paulo usa o casamento para
mostrar que estamos livres da lei, ou seja, uma aplicação exata da ilustração
seria que a Lei morreu, e agora o cristão é livre para “se casar” com a graça.
Paulo está dizendo que os cristãos estão mortos para a Lei e, por isso, estão
livres para “se casar” com Deus e dar fruto para Ele. Pela conversão, a pessoa
morre para a Lei (v. 4). O resultado disso é que agora o cristão está apto a
andar com Deus e servir a Ele em novidade de vida (Rm 6.4). Eles têm uma nova
vida no Espírito Santo, não na velhice da letra (o velho modo de tentar ganhar
a vida eterna por meio da observância da Lei). Paulo finaliza aqui dizendo: Pois,
quando vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, os maus desejos
despertados pela lei agiam em todo o nosso ser e nos levavam para a morte. Porém
agora estamos livres da lei porque já morremos para aquilo que nos mantinha
prisioneiros. Por isso somos livres para servir a Deus não da maneira antiga,
obedecendo mecanicamente a um conjunto de regras, mas da maneira nova,
obedecendo ao Espírito de Deus (de todo o coração e todo o entendimento).
Nos versos 7 ao 13, Paulo relata a luta contra o
pecado, ele examina a relação entre a lei e o pecado. Segundo Paulo a lei nos
fez saber o que é pecado, pois não saberíamos o que é a cobiça se a lei não tivesse
dito: “Não cobiçarás”. Os mandamentos específicos da Lei trazem o conhecimento
claro do pecado. A tendência que temos para pecar tira proveito desse
conhecimento para nos agitarmos e nos rebelarmos, conduzindo-nos assim para
pecados ainda maiores. O bom propósito da Lei era tornar conhecido a nós o modo
como poderíamos agradar a Deus e receber dele a vida. O pecado torceu esse
propósito divino, a ponto de atualmente conduzir apenas para a morte espiritual.
Sem a Lei, estava morto o pecado. A Lei também incita o pecado (v. 7). O pecado
pode existir ainda que não exista a Lei, embora sem a ela, o pecado permaneça
adormecido. Sem os padrões de direito e de justiça, não é possível haver
qualquer julgamento em relação ao que é ou não é pecado. Porém, a Lei, com seus
mandamentos direcionados contra certos hábitos, podem despertar o desejo de
executar essas práticas (v.5). Quando o apostolo Paulo diz no verso 10 “E o mandamento que era para vida, achei eu
que me era para morte”, ele quer dizer que quando o pecado passa a reinar
em nossa natureza, a Lei se torna para nós apenas juízo e morte. Quando
procuramos observar a Lei, nós somos enganados pelo pecado, que mortifica a vida
espiritual. A conclusão é que, em sua totalidade, a Lei é santa; e o
mandamento, santo, justo e bom. Nosso problema com pecado não é decorrente da
ausência da Lei divina, e sim, resultado da nossa natureza pecaminosa. Com isso
conclui-se que o problema não está na Lei. O problema é o pecado. O pecado usou
a Lei, que é inerentemente boa, para produzir a morte. Mas, pela Lei, o pecado
é revelado da maneira como verdadeiramente é. Sendo mais precisa, a Lei revela
o pecado.
Nos versos 14 ao 25 relata a nossa natureza
pecaminosa. O apostolo, agora, fala sobre a luta que se trava no coração da
pessoa. Ele quer fazer o bem, mas por causa do pecado que vive nele, ele acaba
por fazer o mal. É uma condição angustiante, que só pode ser resolvida por
Jesus Cristo.
Vemos aqui nesses versículos o maior obstáculo que um
cristão pode encontrar em sua caminha cristã, não apenas na execução de uma
obra em favor da causa de Cristo, mas principalmente na sua luta contra o
pecado. Em nossa consciência há uma batalha entre dois princípios que se
contrapõem: a vontade de fazer o que é mal contra a consciência de fazer o que
é bom. Paulo expressa com precisão que nele, na carne dele, não habitava
bem algum e que por mais que ele quisesse praticar o bem acabava por fazer que
era mal(v 18), porque dentro dele habitava o pecado. No íntimo de cada cristão desenvolve-se uma luta feroz; nossa natureza
pecaminosa nos prende a terra, enquanto que nossa consciência que está
escondida em Cristo nos diz que devemos desejar o céu. Nossos pés querem se
prender ao mundo enquanto que nossa mente quer ganhar a coroa da justiça.
A lei de Deus foi feita para os anjos por não terem o
desejo de pecar como nós temos, não foi feita para nós que nascemos com uma
natureza pecaminosa e propensa para o mal. A lei de Deus, embora santa, justa e
boa, é para nós um problema, pois é totalmente contraria a nossa natureza
caída. Paulo consciente de suas fraquezas e de sua incapacidade de guardar a
lei, deixa escapar no verso 24: Miserável
homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Olhando para si e
suas fraquezas ele não via como poderia se salvar. A consciência de seus pecados
trazia-lhe angustia a alma (como deve acontecer com todo aquele que quer servir
fielmente a Cristo). Paulo então finaliza dizendo: Mas, graças a Deus! Isso foi
feito por Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele me libertou.
Conclui-se que pela graça de Cristo e pelo poder que Ele
nos dá é que somos habilitados há está em conformidade com os Seus mandamentos.
Portanto precisamos compreender que Jesus veio para condenar o pecado e não os
pecadores. É na união com Cristo que o pecador encontra poder sobre o pecado,
que é a transgressão da lei. Somente uma comunhão pessoal constante com Cristo, pode fazer com que a
lei de Deus seja obedecida; não como um
meio de salvação, mas como um resultado de um relacionamento com o criador da
lei. O cristão não deve guardar a lei para ser salvo, mas porque foi salvo por
Aquele que a estabeleceu e disse: “Se me amares, guardareis os Meus
mandamentos”(Jo 14:15).
Deus vos abençoe
muitíssimo,
Pra. Marla Fernandes
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