O salmo de
numero 22 faz parte do livro 1. O Salmo 22 é um salmo de profunda lamentação,
que se encerra como um salmo de louvor a Deus e libertação. Embora fale de
aflição particular de Davi e de como o Senhor o libertou, também se refere
profeticamente à crucificação e ressurreição de Jesus. O Salmo reflete os
pensamentos de Davi quando perseguido (seja por Saul, por Absalão ou por outros
inimigos), mas ganha uma força maior quando vinculado ao sofrimento de Jesus. Os
termos que Davi utiliza para descrever sua situação são inspirados pelo
Espírito Santo. Portanto, ele pôde avançar mil anos para descrever precisamente
as experiências de Jesus, o Salvador, tanto Sua morte cruel como Sua
ressurreição vitoriosa. Consulte também o Salmo 69, que prevê o sofrimento
emocional e espiritual de Jesus. Este salmo é uma das mais profundas evidências
de que Jesus é o Messias enviado por Deus. O título do Salmo 22 indica que era
cantado ao som da canção O cervo do alvorecer.
O longo poema
possui duas partes:
(1) descrição
da agonia de morte iminente — alternando lamentação, confissão e petição (v.
1-21);
(2) celebração
extasiada da grande vitória — uma série de votos solenes de louvor ao Senhor na
congregação (v. 22-31).
Nos versos 01
ao 03 Com as palavras Deus meu, Deus meu, Davi expressa um agudo sentido de
separação de Deus em tempos de grande aflição (Sl 38.21). Estas palavras foram
de novo pronunciadas por Jesus durante Sua agonia na cruz (Mt 27.46; Mc 15.34).
Nos versos 04
ao 08 Mesmo em meio a uma grande dor, Davi confessa sua fé no Deus de seus
pais. Deus fora fiel às gerações anteriores; com certeza, continuará fiel
àqueles que recorram a Ele. O sofrimento de Davi faz sentir-se menos que um ser
humano — um verme. Quando Davi se achava no fundo do poço, seus inimigos
ridicularizaram sua fé no Senhor. São palavras que descrevem também o que
sentiu o Salvador ao suportar os insultos de Seus atormentadores (Mt 27.27-31,
39-44).
Nos versos 09
ao 11 Com tantos problemas e deboches à volta, Davi deposita sua confiança no
Senhor — Aquele em quem confiou desde o início de sua vida. A reação de Davi às
circunstâncias difíceis é instrutiva. Em vez de duvidar da bondade de Deus, ele
reafirma sua fé para toda a vida no Todo-poderoso. Ele enfatiza que não pode
suportar o sofrimento sem a ajuda divina “Não te alongues de mim, pois a
angústia está perto, e não há quem ajude”.
Nos versos 12
ao 15 O salmista usa imagens vívidas para descrever sua angústia. Vê-se cercado
por touros e leões. Além disso, sua aflição é tão profunda que lhe parece ter
sido sua vida sugada, como alguém que esvazia um jarro d’água. Estas palavras
tornam-se ainda mais lancinantes quando aplicadas ao padecer de Jesus na cruz
(Jo 19.34). A língua se me pega ao paladar - As palavras de Jesus tenho sede
(Jo 19.28) expressam a dor dessa secura tão terrível. No pó da morte. Para
Davi, a morte seria evitada ainda desta vez (como em Sl 16.9,10), mas, para o
Salvador, a sentença não foi adiada.
Nos versos 16
ao 21 Cães é a terceira representação
animal dos inimigos de Davi (v. 12, 13). Traspassaram-me as mãos e os pés prevê
claramente a crucificação do Senhor Jesus Cristo. Essas palavras são figuras de
linguagem representando terríveis vivências de Davi; mas, como profeta (At
2.30), ele falou com precisão do sofrimento de Jesus. Vemos que no verso 18
Davi relata que repartiram entre si as suas vestes e lançaram sortes sobre a sua
túnica. Na crucificação de Jesus, soldados tiraram a sorte por Seus vestidos,
cumprindo fielmente este texto (Mt 27.35). O foco deste salmo havia sido o
sofrimento do salmista. O Senhor Deus, que parecia tão distante, agora é
chamado a se aproximar para socorrer, livrar e salvar Davi. O Senhor é a única
fonte de força que pode ajudá-lo a repelir os ataques daqueles que o atormentam.
O emprego de metáforas animais acontece novamente, agora em ordem inversa: cão,
leão e unicórnios
Nos versos 22
ao 26 Este salmo não somente fala da dor de Davi e profetiza o padecer de Jesus
na cruz, como também ilustra como Deus liberta. O Senhor respondeu, e Davi, que
sofrera tanto, promete cantar em louvor ao Senhor, seu Redentor. O salmo, que
começou com uma sensação de desespero por sentir-se separado de Deus (v. 1),
termina em adoração e gratidão. Na verdade, Deus está próximo, nos responde e
nos salva. As esperanças de Davi não foram em vão. Davi promete louvar a Deus,
por Sua salvação milagrosa, em meio a outros crentes na congregação do templo.
Esta proclamação pública iria estimular os demais a depositar sua fé no Senhor
fiel, que resgata Seu povo.
Nos versos 27
ao 30 Para Davi, a expressão “Todos os limites da terra”, significavam a
disseminação da notícia para locais muito além de Judá. Para o Senhor Jesus,
falariam da futura propagação do evangelho de redenção a todas as gerações das
nações, e se converteriam ao Senhor! Um cumprimento da promessa de Deus de que
abençoaria todas as nações mediante os descendentes de Abraão (Gn 12.3). Vemos
aqui que o Senhor é Rei e tem um reino e governa as nações e ninguém pode
escapar, todos os mortais O adorarão. Tendo ressuscitado ao terceiro dia, Ele
recebeu de Deus o Nome que está sobre todo nome, para seu lugar exaltado à
destra do Pai, Ele reina, e se tornou o Senhor de tudo o que está nos céus e na
Terra e oferece proteção e segurança eterna para aqueles que se convertem a
ele. Todos nós temos o privilégio de podermos conhecer e honrar o Senhor e
Salvador: “louvarão o SENHOR os que o buscam”.
No verso 31
Davi finaliza dizendo que a bondade de Deus para conosco será contada a um povo
que ainda não nasceu, eles hão de testemunhar os grandes feitos de justiça que
Deus fez com poder e glória. A sua justiça perfeita será revelada; “Deus salvou
o seu povo”! Como uma revelação futura esse versículo quer dizer que a
mensagem da morte e ressurreição de
Jesus há de se espalhar não apenas geograficamente, mas também por todas as
eras. Todas as pessoas ouvirão a mensagem clara do que Deus fez.
Aprendemos com
esse salmo que podemos todas as coisas se estivermos com Deus, Davi olhou para
o efeito da sua vitória sobre a morte, mesmo vendo a morte de frente. Ele não
temeu a perseguição de seu inimigos, estava cercado por feras, mas ele sabia
que Deus era o único capaz de salvá-lo, ele chama Deus de “força minha”. E é
isso que temos que entender que Deus é nossa força, nosso escape, nosso escudo.
E que só basta pedirmos que Ele se apressa em nos socorrer.
Deus
vos abençoe!
Pra. Marla
Fernandes.
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